Em um mundo em transformação acelerada pelas tecnologias digitais, organizações e indivíduos se encontram em um momento crucial de reflexão e ação. Nesse contexto, é comum se sentir perdido frente à rápida evolução e ao surgimento de novas tecnologias, conceitos e fenômenos do mundo digital. Compreender alguns conceitos básicos, como Transformação Digital e Inteligência Digital, é um bom ponto de partida para ajudar você a se localizar melhor nesse cenário em movimento.
No âmbito da gestão, a transformação digital é o processo abrangente de incorporar tecnologias digitais em todas as dimensões de uma organização ou empreendimento. Isso vai desde a modernização de sistemas de TI até a implementação de análise de dados e a criação de novos canais digitais para interagir com o público. No setor cultural, a transformação digital pode se manifestar em várias frentes: digitalização de acervos, automação de processos de gestão, plataformas on-line para venda de ingressos e experiências virtuais que complementam ou substituem as presenciais.
A inteligência digital, por sua vez, é o conjunto de competências que permite às organizações e às pessoas utilizarem essas tecnologias de uma forma orientada, eficaz e ética. Não estamos falando apenas de habilidades técnicas, como programação e análise de dados, mas também de competências cognitivas e sociais, como pensamento crítico, colaboração digital e uma mentalidade voltada para a inovação e a adaptação.
Em outras palavras, enquanto a transformação digital foca no “o quê” e “como” da adoção de tecnologias, a inteligência digital se concentra no “porquê” e “quem” – ou seja, na estratégia por trás da adoção e nas pessoas responsáveis por sua implementação.
O conceito de inteligência digital na agenda internacional
As tecnologias digitais se desenvolvem de forma cada vez mais veloz, se tornam mais acessíveis e estão mudando a forma de trabalhar em todos setores. Isso ficou evidente com a aceleração digital causada pela pandemia de Covid-19 e ainda mais com o lançamento e popularização do ChatGPT e outras inteligências artificiais generativas. Mas o conceito de inteligência digital, apesar de recente, antecede esses acontecimentos e já tem uma relevância global.
A Coalizão para Inteligência Digital (CDI) é uma rede cooperativa intersetorial de organizações de todo o mundo, que visa melhorar a inteligência digital global. Lançada em setembro de 2018, é formada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), pela Associação de Padrões IEEE e pelo DQ Institute, em associação com o Fórum Econômico Mundial. A Coalizão tem como objetivo estabelecer uma estrutura de desenvolvimento global para a inteligência digital, que inclui um conjunto comum de definições, linguagem e compreensão de alfabetização digital e habilidades que possam ser adotadas por governos nacionais, educadores, empresas de tecnologia e prestadores de serviços. O objetivo é apoiar todas as pessoas e organizações a fazer um uso mais seguro, ético e efetivo das possibilidades digitais para alcançar objetivos individuais e coletivos.
O setor cultural e seus agentes não podem estar alheios à transformação digital. Em um mundo cada vez mais digital e desigual, desenvolver a inteligência digital é fundamental para moldar um futuro mais inclusivo e significativo para museus, teatros, bibliotecas e outros espaços e programas culturais.
Se você tem a impressão que os projetos e ações da organização cultural em que atua poderiam ser melhores, mais eficientes e efetivos com o uso de soluções digitais, você tem total razão. Já existem inúmeras soluções digitais que ajudam a conhecer mais e se comunicar melhor com os públicos de um projeto, extrair insights de dados financeiros, apoiar ações de captação de recursos, dentre outras necessidades constantes de entidades culturais. O desafio não reside apenas na adoção dessas novas ferramentas, mas na habilidade de empregá-las de maneira ética e eficaz.
Mas por onde começar? O que priorizar e como investir corretamente nas soluções e habilidades realmente necessárias? Para esta e outras perguntas, conte com a Deck – Inteligência Digital para a Cultura.